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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O que é ser Cistão?

Em um dicionário li o seguinte significado para o termo cristão: "o que recebeu o batismo e professa a religião cristã". A partir desse significado, percebe-se que não significa grandes coisas se dizer cristão. Por essa perspectiva, é somente um termo religioso, não se trata de atitudes práticas. Eu pude identificar alguns tipos de cristãos. Em qual desses perfis você se encaixa?

- Alguém que nasceu em uma família de tradição cristã (católica ou protestante) e que, por isso, se considera cristão, porém não freqüenta nenhuma igreja, nem tampouco lê a Bíblia ou ora com freqüência.

- Alguém que nasceu em uma família de tradição cristã (católica ou protestante) e que, por isso, se considera cristão, freqüenta uma igreja religiosamente, sem no entanto ter um encontro real com Cristo, acreditando que ir a igreja aos domingos lhe garante salvação.

- Alguém que acredita em Jesus Cristo como Filho de Deus e Salvador da humanidade, participa ativamente de uma igreja, mas não deixa a mensagem da graça de Cristo modificar a sua vida, tendo, por isso, uma vida cristã estagnada, sem evolução, sem transformação, seria o morno na fé.

- Finalmente, alguém que recebeu Cristo como Senhor e Salvador da sua vida de fato. Não apenas fazendo um gesto, levantando a mão após um belo apelo do pastor. Mas recebeu de verdade no coração, busca ao Senhor, tem uma experiência com Ele e O deixa transformar a sua vida diariamente.

A primeira coisa que eu pude identificar no texto de Gálatas como necessária para fazermos diferença é ser crucificado com Cristo. Precisamos morrer para nossa própria vontade e nossos sonhos e vivermos para Deus, conforme a vontade Dele! Paulo disse "não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus..." Ou seja, nossa velha natureza, a partir do momento em que nos entregamos de fato para Cristo, deve ser crucificada, deve morrer, e a nossa nova vida em Cristo deve estar baseada na fé em Jesus.

Além disso, Deus requer de nós dedicação exclusiva, tempo integral! Não dá para ser crente em uma parte do dia ou da semana e na outra ser incrédulo! Um cristão verdadeiro é cristão a todo momento. Isso não significa trabalhar muito na igreja ou ter muitos compromissos "cristãos". Significa que aonde eu for, estarei levando Cristo, pois Ele vive em mim. Não importa se estou na igreja ou no trabalho, meu comportamento deverá ser o mesmo. Então, é preciso que Cristo cresça de tal forma em mim, que tudo que eu falar, pensar ou fizer seja conforme a Sua vontade. Precisamos de fato iluminar e salgar todos os lugares em que colocarmos os nossos pés, a começar na nossa casa.

"Vós sois o sal da terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo do alqueire, mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus. "Mateus 5:13 a 16

O desejo de Cristo é esse, que a nossa luz resplandeça e que todos vejam as nossas boas obras e glorifiquem a Deus. Jesus disse que ninguém acende uma luz e a esconde. Então, não podemos esconder a luz de Deus que há em nós. É preciso resplandecer. Eu pude identificar também no texto de Gálatas três desses itens fundamentais para que a nossa luz resplandeça: fé, abdicação e amor.

- Fé. Sem fé é impossível agradar a Deus. É pela fé que recebemos Jesus como nosso Salvador. É pela fé que morremos para o mundo a fim de vivermos para Deus. Pois a fé em Cristo nos dá certeza da vida eterna, nos dá esperança. Precisamos crer!

- Abdicação. Sem desistirmos de viver por nós mesmos jamais seremos de Cristo. Jamais faremos diferença. É preciso entregar completamente o nosso caminho ao Senhor. É preciso negar a nós mesmos, carregar a nossa cruz e seguir a Cristo. "Em seguida dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim, esse a salvará.." (Lucas 9:23 e 24) É preciso dizer de todo coração: "Senhor, não quero viver por mim mesmo, não quero fazer nada por mim mesmo, toma-me em Tuas mãos, me guia pelo Teu caminho, venha viver em mim"!

- Amor. O amor por Cristo é fundamental, sem amor nada que fizermos em nome Dele se aproveitará e até a nossa vida será vazia de sentido. Esse é o maior mandamento: amar a Deus sobre todas as coisas. Quando realmente amamos a Deus, desejamos ardentemente estar com Ele orando ou lendo a Palavra. O amor é o combustível que nos conduz a Deus. Em segundo lugar, o amor ao próximo é também fundamental na vida de um verdadeiro cristão. Já que tudo que Cristo fez nessa terra foi por amor, nós que dizemos ser seus discípulos temos obrigatoriamente que imitá-lo amando a todos como ele amou.

Esses são somente alguns dos ingredientes que precisamos ter para fazer diferença como cristãos verdadeiros onde estivermos.

Com tudo o que falamos até agora: ser luz e sal da terra, sermos crucificados com Cristo, ter fé, amor e abdicação... você pode estar pensando: "é muito difícil fazer diferença, olha quantas características eu preciso ter! Jamais vou conseguir ser assim!" Mas a parte boa dessa história toda é que nós não precisamos fazer um esforço gigantesco para conseguirmos ser assim, essa obra não é nossa, não é pelas nossas próprias forças. A diferença quem faz é o Espírito Santo. É a Sua presença em nossas vidas que produz em nós mudança, que nos faz ser sal e luz. O Espírito é quem nos diferencia.

Existem "cristãos" que são uma benção na igreja, mas em casa tratam mal a família, não demonstram amor, ou no trabalho não dão o menor testemunho. Infelizmente são muitos os casos de cristãos desse tipo. Isso acontece porque eles ainda não se deixaram ser transformados pelo Espírito Santo. Provavelmente não estão buscando a Deus como deveriam. Pois o Espírito só age em nós quando O buscamos. Ele é muito educado e não faz algo em nossas vidas se não O convidarmos.

Mas ainda bem que existem também cristãos exemplares, são pessoas que onde chegam, seja no trabalho, seja na igreja ou em casa, são as mesmas pessoas, pessoas que demonstram amor, que são testemunhos vivos de Cristo. Esses cristãos são exemplares porque dão lugar para o Espírito Santo agir em suas vidas.

Então, podemos ver que fazer diferença não é algo difícil, é um processo natural a partir do momento que você de fato decide buscar a Deus, lendo a Palavra, absorvendo cada um dos ensinamentos de Jesus, dando lugar ao Espírito Santo. É preciso ter a mente repleta da Palavra de Deus, pois como vamos imitá-lo se não o conhecermos? Se quisermos mesmo fazer diferença, precisamos ler a Bíblia com dedicação e procurar dia a dia aplicar o que temos aprendido nela. É fundamental orar sem cessar, está em todo tempo com a mente ligada em Deus. Se fizermos isso naturalmente vamos estar dando lugar para o Espírito Santo agir em nós produzindo todos aqueles frutos: "...o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito." (Gálatas 5:22 a 25)

Então, a obra é feita pelo Espírito. O papel que nos cabe é só buscar a Deus! O restante, que é a parte mais difícil, o Espírito de Deus fará em nós. Só precisamos buscar, buscar e buscar. E tem coisa melhor nesse mundo do que buscar a Deus? É tão bom sentir a presença Dele em nossas vidas e sermos guiados por Ele! Vamos andar no Espírito! Não só quando estivermos na igreja, mas em todo momento de nossas vidas, vamos andar no Espírito e nos deixar ser guiados por Ele.

Que tipo de cristão você e eu temos sido? Temos vivido de fato aquilo que Cristo ensinou ou temos vivido conforme o que a nossa carne quer? Temos buscado realmente a Deus? Temos dedicado tempo de qualidade à leitura da Palavra? E a oração? Só seremos bons servos quando conhecermos o que agrada e o que não agrada o nosso Senhor. Faça uma auto-avaliação nesse momento a respeito da sua vida com Deus. 

Por: Marcio Leitão

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Deus é nosso Refúgio

Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações." Salmo 46:01
O que fazer quando estamos bem no meio de uma situação difícil, de um grande problema, de um grande desafio?


Nosso grande problema não são necessariamente as situações difíceis, pois todos nós samos que enquanto estivermos nesse mundo, certamente teremos problemas, desafios e tribulações. Nosso grande problema é onde vamos buscar refúgio e força para vencermos essas situações.

Penso que nosso maior problema não é quando estamos no início da tribulação e sim quando estamos no meio dela.


O versículo bíblico que citei acima diz algumas coisas que nos ajudam muito a vencer situações estressantes, difíceis e angustiantes. Ele diz que:
- Em primeiro lugar; quando estamos na tribulação, temos que fazer de Deus o nosso refúgio. Isso fala de - um lugar - onde podemos nos refugiar. É como aqueles abrigos anti-aéreos; como uma caverna em uma rocha onde podemos nos refugiar da chuva, vento e inimigos. Muitos têm feito das pessoas, dinheiro, status, emprego, seu refúgio; por isso há muitas pessoas decepcionadas e frustradas. Só Deus é o nosso refúgio.
- Em segundo lugar, Deus é a nossa fortaleza, nosso muro de proteção, nosso escudo. Isso diz respeito a nossa certeza e convicção de que Deus nos protege dos perigos desse mundo, tanto o espiritual como o visível. Isso nos dá segurança, tranqüilidade. Não precisamos viver com medo de sair às ruas, das investidas das pessoas que não nos querem bem.
- Em terceiro e último lugar, Deus é aquele que nos socorre bem no meio dos problemas. É como se estivéssemos bem no meio do mar, e alguém nos atirasse uma bóia e nos recolhesse em seu barco. É essa a figura do nosso Pai eterno; aquele que interfere no meio das situações difíceis e impossíveis aos olhos humanos, e nos leva a um lugar seguro, nos protege e socorre.
Querido leitor(a), Deus é uma pessoa que se importa com você; por isso, se você estiver bem no meio de uma tempestade de problemas e situações difíceis, Ele pode e quer interferir nessas situações, quer lhe atirar a bóia do socorro, te acolher na Sua presença, lhe dando refúgio e segurança.
Para isso é só falar com Deus agora, aí onde você está. Fale dos seus medos, inseguranças, fale tudo. Diga a Deus que Ele é o seu refúgio e fortaleza, e segure na "bóia" que Ele certamente irá lhe atirar. E por fim, suba ao barco, caminhe com Ele, e procure conhecê-lo melhor.
Leia a Bíblia, participe de uma igreja que tenha a Bíblia como única regra de fé e prática, e certamente você se sentirá muito bem.

Por: Pastor Kelson Dib

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O caráter do Cristão

Come­ce­mos pela defi­ni­ção lin­guís­tica do vocá­bulo. Carác­ter é um cunho dis­tin­tivo de qual­quer coisa ou pes­soa. É a sua pró­pria marca iden­ti­fi­ca­tiva. Ora, o Senhor Jesus asse­gu­rou que se alguém per­ma­ne­cer na Sua Pala­vra é iden­ti­fi­cado como um ver­da­deiro dis­cí­pulo Seu. Ele tem a marca do seu Mes­tre impressa no íntimo do seu ser e é cla­ra­mente mani­festa a todos. Por isso dirão que é um ver­da­deiro segui­dor de Cristo, pois a Sua marca está visível.
A este res­peito, o Senhor demons­trou quem era seu pai e sua mãe desta forma: “Ele, porém, lhes res­pon­deu: Minha mãe e meus irmãos são estes que ouvem a pala­vra de Deus e a obser­vam.” (Lc 8:21). E quem guarda a Pala­vra de Deus torna-se morada de Deus em Espí­rito, como disse Jesus: “Se alguém me amar guar­dará a minha pala­vra; e meu Pai o amará, e vire­mos a ele e fare­mos nele morada.” (Jo 14:23).
O Senhor deu-nos algu­mas indi­ca­ções de indi­ví­duos sem carác­ter, ou de carác­ter duvi­doso, as quais incluí­mos a seguir: “Bem sei que sois des­cen­dên­cia de Abraão; con­tudo, pro­cu­rais matar-me por­que a minha pala­vra não encon­tra lugar em vós. Eu falo do que vi junto de meu Pai; e vós fazeis o que tam­bém ouvis­tes de vosso pai.” (Jo 8:37, 38).
Todos sabe­mos que Pedro afir­mou que jamais nega­ria o Senhor, mas quando che­gou a hora da ver­dade mani­fes­tou a sua falta de carác­ter: “E, tendo pas­sado quase uma hora, outro afir­mava, dizendo: Cer­ta­mente este tam­bém estava com ele, pois é gali­leu. Mas Pedro res­pon­deu: Homem, não sei o que dizes. E ime­di­a­ta­mente estando ele ainda a falar, can­tou o galo.” (Lc 22:59, 60).
Pode­mos incluir tam­bém a hipo­cri­sia como falta de carác­ter pelo que o Senhor disse a res­peito da bene­fi­cên­cia: “Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trom­beta diante de ti, como fazem os hipó­cri­tas nas sina­go­gas e nas ruas, para serem glo­ri­fi­ca­dos pelos homens. Em ver­dade vos digo que já rece­be­ram a sua recom­pensa.” (Mt 6:2).
A res­peito da ora­ção e do jejum diz o Senhor: “E, quando orar­des, não sejais como os hipó­cri­tas; pois gos­tam de orar em pé nas sina­go­gas, e às esqui­nas das ruas, para serem vis­tos pelos homens. Em ver­dade vos digo que já rece­be­ram a sua recom­pensa. Quando jeju­ar­des, não vos mos­treis con­tris­tra­dos como os hipó­cri­tas; por­que eles des­fi­gu­ram os seus ros­tos para que os homens vejam que estão jeju­ando. Em ver­dade vos digo que já rece­be­ram a sua recom­pensa.” (Mt 6:5, 16).
Somos ainda adver­ti­dos pelo Senhor a res­peito da falta de jus­tiça: “Pois eu vos digo que, se a vossa jus­tiça não exce­der a dos escri­bas e fari­seus, de modo nenhum entra­reis no reino dos céus. Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não; pois o que passa daí, vem do Maligno.” (Mt 5:20, 37). E não evi­tou adver­tir a res­peito da enga­nosa apa­rên­cia exte­rior da seguinte maneira: “Assim tam­bém vós, exte­ri­or­mente, pare­ceis jus­tos aos homens, mas por den­tro estais cheios de hipo­cri­sia e de ini­qui­dade.” (Mt 23:28). 
Igual­mente, o após­tolo Paulo mani­festa a falta de carác­ter nos seguin­tes ter­mos: “Pelo que dei­xai a men­tira, e falai a ver­dade cada um com o seu pró­ximo, pois somos mem­bros uns dos outros.” (Ef 4:25).
E o após­tolo João usa as expres­sões seguin­tes: “Nisto são mani­fes­tos os filhos de Deus e os filhos do Diabo: quem não pra­tica a jus­tiça não é de Deus, nem o que não ama a seu irmão. Filhi­nhos, não ame­mos de pala­vra, nem de lín­gua, mas por obras e em ver­dade.” (1 Jo 3:10, 18).
Obser­ve­mos agora as carac­te­rís­ti­cas gerais de indi­ví­duos com carác­ter. Paulo exalta os cris­tãos de Tes­sa­ló­nica com estas pala­vras de apreço: “E vós vos tor­nas­tes imi­ta­do­res nos­sos e do Senhor, tendo rece­bido a pala­vra em muita tri­bu­la­ção com gozo do Espí­rito Santo. De sorte que vos tor­nas­tes modelo para todos os cren­tes na Mace­dó­nia e na Acaia.” (1 Ts 1:6, 7). E acon­se­lha os de Éfeso a imi­tar o Pai celes­tial: “Sede pois imi­ta­do­res de Deus como filhos ama­dos, e andai em amor, como Cristo tam­bém vos amou e se entre­gou a si mesmo por nós, como oferta e sacri­fí­cio a Deus, em cheiro suave.” (Ef 5:1, 2).

Permanecer na Fé

Sim, é ver­dade estar escrito que somos sal­vos pela graça e medi­ante a fé, como ensi­nou S. Paulo: “Por­que pela graça sois sal­vos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras para que nin­guém se glo­rie.” (Ef 2:8,9). Deus, por sua infi­nita graça, ofereceu-nos a entrada no seu reino, a qual acei­ta­mos pela fé, e isto acon­tece por Sua infi­nita mise­ri­cór­dia. Con­tudo, há um preço a pagar, não exi­gido por Deus, mas por aque­les que nos rodeiam, que estão dis­pos­tos a fazer-nos sofrer por não pac­tu­ar­mos nos seus cami­nhos ímpios. O Senhor deixou-nos este aviso acerca do assunto em ques­tão: “Tenho-vos dito estas coi­sas para que em mim tenhais paz. No mundo tereis tri­bu­la­ções; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” (Jo 16:33).
Jesus sabia per­fei­ta­mente o que nos espe­rava, pois pri­meiro sofreu ele mesmo pelo facto de ser obe­di­ente à von­tade de seu Pai. E com os seus segui­do­res não seria dife­rente; “por­que se isto se faz ao lenho verde, o que acon­te­cerá ao seco?” Ques­ti­ona o Senhor, referindo-se aos seus dis­cí­pu­los de todas as épocas. E disse mais: “Tenho-vos dito estas coi­sas para que não vos escan­da­li­zeis. Expulsar-vos-ão das sina­go­gas; ainda mais, vem a hora em que qual­quer que vos matar jul­gará pres­tar um ser­viço a Deus. E isto vos farão por­que não conhe­ce­ram ao Pai nem a mim.” (Jo 16:1 – 3). A razão dos maus tra­tos é devido ao des­co­nhe­ci­mento de Deus e de Seu Filho.
Logo no prin­cí­pio da igreja, os após­to­los Pedro e João foram pre­sos pelo sim­ples facto de ensi­na­rem acerca de Jesus, sendo após pouco tempo liber­ta­dos; eles, porém, “retiraram-se pois da pre­sença do siné­drio, regozijando-se de terem sido jul­ga­dos dig­nos de sofrer afronta pelo nome de Jesus.” (At 5:41). O sofri­mento pode ser con­si­de­rado um teste à fide­li­dade, tra­zendo con­sigo a sua recom­pensa; pelo menos, assim reco­nhe­ceu Estê­vão quando, em sua defesa, recor­dou perante a assem­bleia do siné­drio a dolo­rosa expe­ri­ên­cia de José: “Os patri­ar­cas, movi­dos de inveja, ven­de­ram José para o Egipto; mas Deus era com ele e o livrou de todas as suas tri­bu­la­ções, e deu-lhe graça e sabe­do­ria perante Faraó, rei do Egipto, que o cons­ti­tuiu gover­na­dor sobre o Egipto e toda a sua casa.” (At 7:9,10).
Enquanto Ana­nias estava rece­oso de se encon­trar com Paulo, o Senhor revela-se-lhe com uma men­sa­gem de ânimo e ordem: “Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, por­que este é para mim um vaso esco­lhido para levar o meu nome perante os gen­tios, e os reis, e os filhos de Israel; pois eu lhe mos­tra­rei quanto lhe cum­pre pade­cer pelo meu nome.” (At 9:15,16). E a ele mesmo ia sendo reve­lado o que lhe acon­te­ce­ria por causa do seu minis­té­rio: “Agora, eis que eu, cons­tran­gido no meu espí­rito, vou a Jeru­sa­lém, não sabendo o que ali acon­te­cerá, senão o que o Espí­rito Santo me tes­ti­fica, de cidade em cidade, dizendo que me espe­ram pri­sões e tri­bu­la­ções.” (At 20:23).
O após­tolo sofre­dor expressa-se neste mara­vi­lhoso tom con­so­la­dor em suas epís­to­las: “E não somente isso, mas tam­bém gloriemo-nos nas tri­bu­la­ções, sabendo que a tri­bu­la­ção pro­duz a per­se­ve­rança, e a per­se­ve­rança a expe­ri­ên­cia, e a expe­ri­ên­cia a espe­rança” (Rm 5:3,4). E mais: “Grande é a minha fran­queza perante vós, e muito me glo­rio a res­peito de vós; estou cheio de con­so­la­ção, trans­bordo de gozo em todas as nos­sas tri­bu­la­ções.” (2 Co 7:4). “Por­tanto peço-vos que não des­fa­le­çais perante as minhas tri­bu­la­ções por vós, as quais são a vossa gló­ria.” (Ef 3:13). “Agora regozijo-me no meio dos meus sofri­men­tos por vós e cum­pro na minha carne o que resta das afli­ções de Cristo por amor do seu corpo, que é a igreja” (Cl 1:24). Para quê mais comen­tá­rios sobre isto?! Com­ple­ta­mente desnecessários.
Aos cris­tãos de Tes­sa­ló­nica, que esta­vam sofrendo por causa da Pala­vra de Deus, o mesmo após­tolo envia Timó­teo e uma carta igual­mente ani­ma­dora: “…envi­a­mos Timó­teo, nosso irmão e minis­tro de Deus no evan­ge­lho de Cristo, para vos for­ta­le­cer e vos exor­tar acerca da vossa fé, para que nin­guém seja aba­lado por estas tri­bu­la­ções, por­que vós mesmo sabeis que para isto fomos des­ti­na­dos; pois, quando está­va­mos ainda con­vosco, de ante­mão vos decla­rá­va­mos que havía­mos de pade­cer tri­bu­la­ções, como suce­deu, e vós o sabeis.” (1 Ts 3:2 – 4).
E, ao seu dis­cí­pulo e com­pa­nheiro Timó­teo, Paulo enco­raja desta maneira: “Por­tanto, não te enver­go­nhes do tes­te­mu­nho de nosso Senhor, nem de mim, que sou pri­si­o­neiro seu; antes par­ti­cipa comigo dos sofri­men­tos do evan­ge­lho segundo o poder de Deus” (2 Tm 1:8). Ele pró­prio con­fes­sara o mesmo na epís­tola aos roma­nos “estou pronto para anun­ciar o evan­ge­lho tam­bém a vós, que estais em Roma. Por­que não me enver­go­nho do evan­ge­lho, pois é o poder de Deus para sal­va­ção de todo aquele que crê; pri­meiro do judeu, e tam­bém do grego.” (Rm 1:15,16).
A epis­tola aos Hebreus con­tém uma adver­tên­cia, a qual con­vém recor­dar a fim de rece­ber­mos ânimo neces­sá­rio para supor­tar as nos­sas afli­ções por ser­vir o Senhor que nos res­ga­tou. “Lembrai-vos, porém, dos dias pas­sa­dos, em que, depois de ser­des ilu­mi­na­dos, supor­tas­tes grande com­bate de afli­ções; pois por um lado fos­tes fei­tos espec­tá­culo, tanto por vitu­pé­rios como por tri­bu­la­ções, e por outro vos tor­nas­tes com­pa­nhei­ros dos que assim foram tra­ta­dos.” (Hb 10:32,33). Quem foram alguns desses?
Abel, por ser justo, foi assas­si­nado pelo seu irmão Caim, por ser injusto. José, por rece­ber a reve­la­ção de Deus, foi rejei­tado e ven­dido pelos irmãos, por serem inve­jo­sos. Elias, por falar de acordo com Deus, foi per­se­guido por Jeza­bel, por ser devota dos ídolos. Isaías, por ser fiel à pala­vra de Deus, terá sido ser­rado pelo meio, no tempo de Manas­sés, por ser rei ímpio e pagão. Jere­mias, por ser fiel às visões de Deus, foi lan­çado no cala­bouço, no rei­nado de Zede­quias, por este não dar cré­dito à pala­vra de Deus. João Bap­tista, por defen­der a moral, foi deca­pi­tado, no rei­nado de Hero­des, por este não temer ao Senhor.
A epís­tola aos Hebreus con­ti­nua a nar­rar uma gale­ria de sofre­do­res incóg­ni­tos, dos quais o mundo não era digno: “outros expe­ri­men­ta­ram escár­nio e açoi­tes, e ainda cadeias e pri­sões. Foram ape­dre­ja­dos e ten­ta­dos; foram ser­ra­dos ao meio; mor­re­ram ao fio da espada; anda­ram ves­ti­dos de peles de ove­lhas e de cabras, neces­si­ta­dos, afli­tos e mal­tra­ta­dos (dos quais o mundo não era digno), erran­tes pelos deser­tos e mon­tes, e pelas covas e caver­nas da terra.” (Hb 11:36 – 38). E Tiago, o irmão do Senhor, chama a nossa aten­ção para o exem­plo dos pro­fe­tas: “Irmãos, tomai como exem­plo de sofri­mento e paci­ên­cia os pro­fe­tas que fala­ram em nome do Senhor.” (Tg 5:10). 
O após­tolo Pedro enviou este impor­tante apelo à Igreja Uni­ver­sal: “Sede sóbrios, vigiai. O Diabo, vosso adver­sá­rio, anda em der­re­dor rugindo como leão, pro­cu­rando a quem possa tra­gar, ao qual resisti fir­mes na fé, sabendo que os mes­mos sofri­men­tos estão-se cum­prindo entre os vos­sos irmãos no mundo.” (1 Pd 5:8,9).